5/06/2013

A COLÔMBIA É AQUI

A seguinte nota de imprensa foi publicada no Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ correspondente ao 06 de maio, na página 12 e esta disponível no site www.adufrj.org.br

Fotos: Samuel Tosta 

Porto Alegre recebe lideranças de vários países da América Latina para discutir o processo de paz na Colômbia.

A Colômbia vive um momento de efervescência política. A repercussão é restrita no restante do continente porque o assunto está fora do noticiário da grande mídia conservadora. Por isso é quase surpreendente que, de uma hora para outra, chegue a informação  de que nos próximos dias 24, 25 e 26 de maio será realizado em Porto Alegre (RG) o Fórum pela Paz na Colômbia. Trata-se de uma reunião para a qual são esperadas lideranças de vários países da região, organizada pela Marcha Patriótica, movimento político colombiano com amplos contatos internacionais. Militantes buscam apoio da opinião internacional para o processo de negociações aberto com a mesa de diálogo entre o governo e as Farc.

“A paz no nosso país não interessa apenas ao governo e às Farc. A paz interessa aos camponeses, ao povo colombiano”, observa Sérgio Quintero, responsável pela comissão de comunicação do fórum de Porto Alegre. Quintero foi um dos organizadores do encontro que durou um dia na Uerj, com o apoio de sindicatos, partidos e de organizações do movimento social.




Na reunião da Uerj – que contou com a presença do cônsul da Venezuela no Rio, Edgar González- ficou-se sabendo que, há algumas semanas, uma multidão estimada em mais de um milhão de pessoas ocupou as ruas de Bogotá para pedir paz. Quintero explica que a discussão sobre a paz no seu país não pode se restringir ao aspecto militar. “Esta discussão tem que envolver o debate sobre um projeto de sociedade para a Colômbia,com participação de todos”.

O lema do movimento Marcha Patriótico reclama “a luta pela segunda e definitiva independência de todos os povos da América Latina”. A primeira, segundo eles, foi há 200 anos, com as lutas de Simon Bolívar. A Marcha é, portanto, uma força política bolivariana. Na reunião da Uerj, outro militante da organização, Juan Pablo Tapiro, fez um histórico dos conflitos e das tentativas de paz nos últimos 30 anos. Na sua exposição, Juan lembrou o esforço para se envolver o conjunto da sociedade civil (representados pelos movimentos sociais e populares) no debate em busca de um acordo.

As discussões foram encaminhadas por meio de três eixos: justiça social, democracia e soberania. Os participantes debateram sobre a realidade da América Latina e, especificamente sobre as situações na Colômbia e no Brasil.

Paz com justiça social 

Pontos para o Fórum de Porto Alegre

Terra: necessidade da distribuição e apoio do orçamento público dando conta das garantias de indústria agropecuária para uma melhor produção, reconhecendo a diversidade territorial (cultural, geográfica etc.), impulsionando a soberania alimentar, enfrentando os interesses imperialistas de monocultivos, agroindústria e extração de minerais.

Direitos Humanos: denúncia dos crimes cometidos pelo Estado e as suas forças aliadas no enfrentamento às propostas alternativas ao regime imposto pelas classes dominantes. 

Reconhecimento do caráter político da guerra: enfrentando a ideia do antiterrorismo imposta pelos Estados Unidos. Acompanhamento da mesa de diálogo entre as forças insurgentes e o Estado colombiano, na perspectiva de uma saída política ao conflito, com a construção de um país em paz com justiça social.

Construção do poder popular: fortalecendo as iniciativas organizativas, de formação e comunicação que representam os interesses das bases do povo colombiano. De maneira especial, se reconhece a importância das Constituintes pela Paz e as Zonas de Reserva Camponesa impulsionadas pela Marcha Patriótica.

Integração dos povos da América Latina: lutando pela articulação das lutas emancipadoras e o reconhecimento da Pátria Grande Bolivariana, enfrentando os interesses do imperialismo que impede os avanços da nossa América.

Jovens na política: constituição de um mecanismo de articulação da juventude latino-americana em solidariedade à paz da Colômbia. 

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